A autoavaliação é o processo de avaliar a si próprio, também chamada avaliação interna ou institucional. Seu principal objetivo é formativo e de aprendizagem e uma vez planejada e implementada possibilita uma reflexão sobre contexto e políticas adotadas, além da sistematização dos dados que levam à tomada de decisão. A CAPES entende ser necessário ampliar o foco da avaliação dos Programas de Pós-graduação, reconhecendo que a autoavaliação, pode trazer mais subsídios para o desenvolvimento do Sistema com qualidade nos Programas. Nesse sentido, foi discutido internamente no PGCTA os mecanismos para a avaliação interna que favorece a construção da identidade do Programa, para além dos padrões mínimos garantidos pela avaliação externa. Desta forma, o PGCTA adota rotineiramente o processo de autoavaliação interna, principalmente relativo à formação discente semestralmente.


Os mecanismos para a autoavaliação do Programa envolveram a participação de distintos atores da academia e externos a ela (docentes, discentes, egressos, técnicos). A política de autoavaliação do PGCTA já foi bem implementada nos quadriênios anteriores devido ao pioneirismo e expertise da UFRPE no processo de autoavaliação da Pós-Graduação no Brasil. Para o quadriênio 2024-2024, objetivou identificar os principais pontos fortes e as fragilidades do Programa, bem como possíveis problemas com disciplinas ministradas. A política instituída inicialmente consistiu em três pilares, a saber: (1) avaliação realizada por uma consultora Externa (profa Visitante: Maria Beatriz Abreu Glória); (2) Avaliação do processo ensino-aprendizagem a partir da avaliação dos discentes e docentes em relação às disciplinas ministradas; (3) Avaliação dos egressos em relação ao ingresso no PGCTA, formação e atuação profissional.


É preciso enfatizar que o Processo de Autoavaliação do PGCTA está em consonância com a autoavaliação iniciada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco que instituiu o processo de autoavaliação dos Programas de Pós-Graduação em 2020, correspondendo às atividades desenvolvidas no ano de 2019. Os resultados comparativos entre os anos mostraram uma evidente evolução em diversas atividades acadêmicas avaliadas e, também foi importante para corrigir as fragilidades detectadas.
No processo de autoavaliação com foco na formação discente houveram avaliações internas das disciplinas ministradas que inicialmente é realizada com questionário anônimo sobre didática, atualização do conteúdo bibliografia, alcance dos objetivos, se a disciplina contribuiu para o desenvolvimento intelectual, didática docente se houve incentivo à discussões e análises críticas do tema, interdisciplinaridade, clareza e objetividade da explicação, em como uma autoavaliação do discente dificuldades encontradas e um campo aberto para sugestões. Em um segundo momento a coordenação se reúne com os discentes e docentes em separado para entender como as disciplinas podem ser melhoradas para atender as demandas atuais de conhecimento, bem como melhoria da aplicação das metodologias ativas de aprendizagem. A coordenação está totalmente envolvida com o processo de autoavaliação e o engajamento de discentes e docentes é bastante satisfatório na autoavaliação.
O PGCTA também realizou uma avaliação interna abrangente, envolvendo discentes e docentes, com o objetivo de mapear pontos fortes e desafios em suas operações. A análise revelou um Programa consolidado em aspectos acadêmicos e de pesquisa, mas com oportunidades claras de aprimoramento em infraestrutura, suporte socioeconômico e internacionalização.


A infraestrutura do programa foi avaliada de forma geralmente positiva, com salas de aula e laboratórios considerados adequados para atividades teóricas e práticas. No entanto, relatos pontuais destacaram a necessidade de manutenção em equipamentos laboratoriais e a modernização de recursos digitais.
A biblioteca física foi elogiada por seu acervo, bem como as plataformas digitais de acessos a livros didáticos (minha biblioteca - https://dliportal.zbra.com.br/Login.aspx?key=UFRPE) e periódicos. O sistema minha biblioteca possui muitos livros didáticos da área de ciência e tecnologia de alimentos, assim possibilitando aos discentes terem acessos aos livros de forma fácil e prática. A acessibilidade e o fornecimento de energia foram bem avaliados, embora alguns discentes tenham mencionado falhas esporádicas.

Toda a comunidade do PGCTA foi convidada e envolvida na participação das atividades de autoavaliação, tanto respondendo os formulários específicos institucionais de cada categoria, como depois participando e avaliando os dados obtidos da autoavaliação interna do PGCTA. A coordenação está totalmente envolvida com o processo de autoavaliação tanto a institucional como a interna, e o engajamento de discentes e docentes foi bem satisfatório. Vale ressaltar que as professoras Maria Beatriz Gloria (visitante) e Tatiana Porto participam da comissão de autoavaliação institucional das Pós-Graduações na UFRPE e publicaram vários relatórios de autoavaliação que subsequentemente são publicados como e-Books.


O questionário institucional para discentes e docentes são bem semelhantes, consistindo em indicadores associados a sete quesitos relacionados às atividades da pós-graduação, incluindo infraestrutura; planejamento estratégico e gestão; docentes (ensino); orientação docente; pesquisa e inovação; internacionalização e inserção social e autoavaliação discente. Havia uma pergunta sobre os motivos de desistências do mestrado, podendo o discente escolher uma ou mais de oito opções, ou acrescentar uma opção adicional, descrevendo-a. Ainda, os discentes foram convidados a descrever pontos positivos e pontos negativos do Programa. Foi também solicitado aos discentes, em uma última questão, que apresentassem sugestões para a melhoria do formulário. Para aumentar o engajamento dos discentes, docentes, e técnicos a responderem a autoavaliação, cards de divulgação são publicados nas páginas dos programas, na da PRPG (como por exemplo https://prpg.ufrpe.br/pt-br/autoavaliacao-da-pos-graduacao), bem como são divulgados nas redes sociais e vinculados nos grupos de aplicativos de mensagens com cada categoria. Em geral, a participação é avaliada como muito boa.

Para a melhoria na formação discente, a aplicação de questionários após a realização de cada disciplina e sua avaliação, sendo repassado o resultado pela coordenação para cada professor. Além disso, a coordenação realiza diagnóstico recebendo feedback após cada semestre de disciplinas ministradas de forma presencial, servindo para avaliação da qualidade da formação discente. Com isso, espera-se que haja um grande retorno e uma melhoria na condução das disciplinas.
Um exemplo dessas ações aconteceu bem no início de 2021, que foi verificado um problema pela coordenação quando analisou o resultado das disciplinas durante o quadriênio anterior (via autoavaliação interna). Foi constatada que uma professora colaboradora, que só ministrava a disciplina de metodologia científica, estava com índices de satisfação baixos indicados nos formulários internos de disciplinas. A coordenação procedeu a escuta ativa dos discentes sobre a condução da disciplina e foi confirmada que a docente não estava conseguindo transmitir o conteúdo adequadamente, nem estava conseguindo engajamento dos discentes nas aulas. Uma reunião entre a docente e a coordenação ocorreu e a docente optou por se desligar do PGCTA e requerer a aposentadoria. Este exemplo demonstra que o formulário é um bom indicativo inicial de avaliação, mas que a escuta ativa da coordenação e ações vinculadas ao planejamento estratégico são fundamentais para melhoria da formação discente e qualificação docente.

O PPGCTA está fazendo um trabalho cuidadoso em relação ao acompanhamento de egressos, para saber onde se encontram e como estão atuando. A próxima etapa será o envio de um questionário para saber como o PPGCTA impactou na vida profissional. O acompanhamento do egresso será feito anualmente.
Durante o processo de acompanhamento dos egressos, muitas informações importantes foram levantadas sobre a autoavaliação destes egressos e são apresentadas as seguir:
O perfil do discente egresso do PPGCTA abrange diversas formações, incluindo Nutrição, Gastronomia, Economia doméstica, Ciências do consumo, Ciências biológicas, Medicina veterinária, Biomedicina, Engenharia de Alimentos, Engenharia química, Engenharia de pesca, Química, Ciência e Tecnologia Alimentos, Agronomia Farmácia, Zootecnia, Educação física e Zootecnia. Desta forma, discentes de diversas áreas do conhecimento – exatas, biológicas, agrárias, engenharia, e saúde obtiveram o Mestrado, o que demonstra a característica multidisciplinar da Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Conforme observado na análise dos dados, o maior percentual dos discentes, no período de 2007 a 2021, eram formados em Nutrição (24%), seguido de Gastronomia (19%), Economia doméstica (15%), Ciências biológicas (10%), e Medicina veterinária (8%). Discentes com graduação em Engenharias (química e de alimentos), Química e Ciência e tecnologia de alimentos contribuíram com percentuais de 4 a 5%. E contribuíram com menos de 2%, discentes formados em agronomia, Farmácia, Educação física e Zootecnia.
Entretanto, o perfil de formação dos discentes variou ao longo do tempo. Nos primeiros anos de existência do Programa (2007 e 2008), os discentes tinham diferentes formações – Nutrição, Economia doméstica, Ciências biológicas, Medicina veterinária e engenharia química. Nos anos de 2009 a 2012, houve predominância de Economistas domésticos, provavelmente em função do Programa está inserido no antigo Departamento de Ciências domésticas da UFRPE hoje denominado como graduação em ciências do consumo, bem como Departamento de Ciências do Consumo. A partir de 2013, houve um aumento expressivo no percentual de gastrônomos e nutricionistas cursando o mestrado, certamente em função dos egressos dos cursos de graduação em Gastronomia da UFRPE e de nutrição da UFPE e de diversas Faculdades particulares da região. Em 2015 houve inserção de egressos do curso de Engenharia de Alimentos da UFRPE/UFAPE, campus de Garanhuns e, em 2017, de egressos de cursos de Ciência e Tecnologia de Alimentos e de Laticínios até mesmo de outros estados do Brasil. Atualmente, o ingresso continua sendo diversificado, mas com grande percentual de Engenheiros de Alimentos, Nutricionistas e Gastrônomos.
Dentre os discentes egressos do PPGCTA, (egressos são considerados para cada um dos quatro anos da quadrienal (2021 a 2024) como autores egressos aqueles que se titularam no programa até 5 anos antes do ano base, ou seja desde 2016) destaca-se a presença de estrangeiros, em número de cinco (5), oriundos do Paraguai (Wilson David Romero Vergara, 2016-2018; Ana Laura Rotela Riveros, 2017-2019), Colômbia (Betty Del Carmen Jarma Arroyo, 2016-2018), Perú (Larry Oscar Chani Paucar, 2015-2017) e Nicarágua (Jessica Alexandra Rosales Martinez, 2019-desligada). A maioria destes discentes (80%) veio ao PPGCTA por meio da Organização dos Estados Americanos – OEA, em convênio firmado com a UFRPE. Estes dados reforçam o potencial da missão do PPGCTA em formar pessoal de países da América Latina e Central.
Dentre os egressos do PPGCTA (120), foram obtidas informações de 107. Desta forma, apenas treze (13) egressos não estão inseridos no mercado de trabalho. Dentre estes egressos, cinco (5, 38%) concluíram o mestrado até em 2018 (2014 a 2018) e oito (8, 62%) concluíram o mestrado em 2019 e 2020. Desta forma, uma parte dos egressos sem colocação no mercado, concluiu o mestrado na época da pandemia (2020-2022), o que prejudicou a inserção no mercado de trabalho.
Apenas dois egressos (1,9%) que estão trabalhando (total de 107) não estão trabalhando diretamente na área de alimentos (Bombeiros e Ibama). A maior parte dos egressos (98,1%) estão trabalhando diretamente na área de ciência e tecnologia de alimentos ou áreas afins, incluindo, Engenharia de alimentos, Ciência de Alimentos, Tecnologia de Alimentos, Gestão da qualidade de alimentos, Nutrição, Inspeção de alimentos de origem animal, Análise de alimentos, e Resíduos agroindustriais.
A maior parte dos egressos estão inseridos na docência em Universidades federais (8%), Institutos Federais (8%) e Faculdades particulares (26%). Estas Universidades e Institutos Federais estão localizados nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Por outro lado, as Faculdades particulares, na sua maioria, estão localizadas em Pernambuco e abrigam um percentual de egressos da PGCTA.
Um grande percentual de egressos (28, 23%) obteve o doutorado ou está cursando na própria UFRPE (Renorbio, Ciências Agrárias e Veterinária) e na UFPE (Nutrição, Engenharia Química). Diversos egressos foram cursar o doutorado na área específica de alimentos em outros estados como na UNICAMP, USP, UNIFESP, UFF, e UFPB, desta forma demonstrando o interesse em continuar a pós-graduação especificamente na área de alimentos.
Diversos egressos estão também exercendo atividades profissionais frente a Hospitais, Secretarias estaduais, Prefeituras municipais, indústrias alimentícias, e empresas de consultoria na área de alimentos.
Por meio dos dados obtidos da avaliação dos egressos observa-se a relevância do PPGCTA, pela alta demanda pelo mestrado por um universo bem diversificado de profissionais na área e em áreas afins. Ainda, destaca-se o elevado índice de assimilação do mestre formado pelo mercado de trabalho local ou regional, atendendo as demandas dos estados do Nordeste além do próprio estado de Pernambuco. Cabe destacar também a relevância do Programa no atendimento à demanda por países das Américas do Sul e Central.